segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Vai um draminha aí ?


Tem gente que não adianta. Adora um drama. Não deixa passar uma oportunidade de fazer um mero fato do dia-a-dia se transformar num divisor de águas. Em algo de uma relevância inimaginável. Dramáticos são fogo, viu? Difíceis, geralmente, de lidar. No entanto, tenho que admitir... Adoro um drama também. É verdade, me lembro ainda de quando era criança. Acho que foi minha fase mais dramática. Não escapava uma, se brigava com alguém em casa tratava de pegar um cabo de vassoura, botar as roupas num pano, amarrar no cabo e sair de casa. Livre, sem rumo, apenas com meus pensamentos, desejos, aspirações, e todos os problemas graves que uma criança de sete anos possui. E sempre ia para casa da minha tia, a duas quadras dali. A qual, sem eu saber, imediatamente ligava para minha mãe para me delatar: “Ana, o Fabrício veio pra cá de novo, tá?” Até que um dia descobri a farsante... Adorava ameaçar que ia me suicidar, me jogar da sacada, me enforcar com o cadarço, enfiar o dedo na tomada, sei lá. Nesse assunto eu era criativo. Sempre variava. Mas fazia por um bom motivo, afinal, minha vida não tinha mais sentido sem a Andréa (minha professora da primeira série. Eu era apaixonado por ela). Mas depois passou. Poderia ter seguido, ter se tornado um caso complicado. Por exemplo:

“Marcinha, eu tenho uma coisa séria para te falar. Sei que é complicado falarmos sobre isso aqui, não tenho certeza se nos conhecemos tão bem assim mas... eu gosto dos pingos nos I’s e você sabe que se há uma coisa da qual não faço é ficar de rodeios. Sou direto e objetivo. Talvez por isso acabe magoando as pessoas. Mas vou te falar da mesma forma, acho que a nossa relação deve ser baseada na confiança... Você pegou a rua errada, a casa do Jônatas era para o outro lado.”

Ou...

“Não acredito. Sério... Como tu fazes isso comigo? Como foi irresponsável desse jeito, seu cretino? Após depositar toda minha confiança em ti e te tratar como alguém da minha família, tu faz uma coisa dessas? Você não vale o que come, realmente. Acho que não conseguirei, nunca mais, olhar para você com os mesmo olhos... Juro que perco a cabeça se voltar a errar o nome do meu cachorro.”


Escrito por Fabrício Lunardi

2 comentários:

preambulante disse...

Ahahahahahah.

Agora entendi o que é a tal de Comédia Dramática! Aulas e mais aulas da Crixtiane Freitax não adiantaram nada...

Abs

Mateus Santos disse...

veio as 5:40 da manha.. eu digo: I WANNA SAY I DOOOOOOO!!!!